quinta-feira, 23 de abril de 2009

entrevista ao JORNAL O LOULETANO


“Retrata o meu agradecimento às mulheres que fizeram, e que continuam a fazer, parte da minha existência”, diz Hugo Girão acerca da sua mais recente obra
Filho do conhecido músico Fernando Girão, Hugo Girão apresentou no passado Sábado, dia 11 de Abril, em Loulé, a sua última obra “O Silêncio dos teus Olhos”. A viver actualmente em Espanha, o autor sente-se “muito feliz” por voltar a Loulé. Define a sua obra como “um hino à vida” e intitula-se um “homem de família”. Hugo Girão falou ao “O Louletano” e abriu algumas páginas do livro da sua vida….
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Quem é o Hugo Girão?

Casado, pai de dois filhos, uma menina (Iara) de oito anos e um menino (Alan) de 15 meses. Amante da vida, desta e das que me esperam no futuro.

Como surgiu o gosto pela escrita?

Começou aos meus 12 anos de idade. O meu pai, Fernando Girão, músico/compositor/produtor, "obrigava-me" a apresentar todas as quintas-feiras de cada semana um texto, um poema, um guião ou o que quer que fosse. Ficávamos frente a frente, no sofá - isto quando vivíamos em Madrid, entre o ano 1987 e 1990 -, eu lia o que houvera escrito e ele dava a sua opinião. Muito mais tarde, e depois de ter lido " O Principezinho" de Saint-Exupéry, "O Alquimista" de Paulo Coelho, "Fernão Capelo Gaivota", de Richard Bach e, mais recentemente, um livro em castelhano de um autor chamado Robert Fischer, entre outros, fizeram-me despertar várias sensações, e vontades, uma das quais a de querer escrever, tal como esses autores o fizeram.

O que mais o fascina nesta arte?

O facto de poder materializar um mundo que só eu conheço, o meu mundo interior, e o facto de deixar ao leitor criar, através das minhas palavras, o seu próprio universo, ele também tão íntimo e tão pessoal.

O que o levou a escrever " O Silêncio dos teus Olhos"?

Vai fazer quase um ano que li uma entrevista sobre uma cantora mexicana que, em coma, ouvira uma canção de uma cantora espanhola e começara a chorar. Eu já tinha começado a escrever o livro, naquela altura, ainda sem título. Misturei estes elementos de ficção com outros de origem autobiográfico e assim nasceu este projecto.

O que retrata?

Este livro, entre outras coisas, retrata, muito humildemente, o meu agradecimento às mulheres que fizeram, e que continuam a fazer, parte da minha existência. É um hino à vida, à força incomensurável que só as mulheres têm para ultrapassar certos obstáculos. É uma humilde homenagem às minhas queridas avós, que já não se encontram entre nós; à minha mulher, poço de força, coragem e amor; à minha filha, que tem oito anos e que através do seu sorriso e da sua forma de ver a vida, ilumina o meu caminho e me ensina a dar a volta por cima de tantas coisas às quais chamo problemas.

Quais os principais objectivos para esta obra?

Pretende ser um passo mais na evolução deste escritor principiante, que agradece todos os dias o facto de que a Fronteira do Caos Editores tenha visto nele algo que nem mesmo ele consegue ver.

Que laços tem com Loulé?

Sou lisboeta, mas se voltar a Portugal quero que seja para Loulé. Deixei grandes amigos que estarão presentes na apresentação do livro, nomeadamente amigos ligados à Casa da Cultura de Loulé, ligados ao teatro e à sua direcção, pelos quais nutro um carinho muito especial e que terão sempre um lugar reservado no meu coração.

Em que se prende a sua escolha pelo Chá D'Arte para a apresentação da sua obra?

É um espaço multicultural, gerido por dois jovens artistas que quiseram juntar o mundo do chá com o da pintura. Gosto muito do trabalho dos dois, houve da sua parte muito empenho para que fizesse a apresentação deste livro no Chá D'Arte e sei que, como artistas que são, sabem valorizar o trabalho do artista na sua concepção mais metafisica. Estou muito feliz por voltar a Loulé pela mão da Cristela e do Nuno.

Quais são os seus objectivos futuros?

Continuar a escrever sem parar e poder ver os meus filhos crescer porque sou um homem de familia. Espero que os meus guias espirituais continuem a intuir-me como até agora, sou um felizardo nesse sentido. Espero que Deus me dê saúde para poder continuar a trabalhar, a escrever, enfim, ser o que sou: um ser humano como tantos outros.


Natural de Lisboa, aos 33 anos, Hugo Girão, tenta ser o melhor ser humano "possível" com todos aqueles que o rodeiam e tem na música, cinema, teatro, literatura, e nos passeios com a família os seus principais hobbies.


Obras Publicadas:

" O Rei e o Homem que já tinha sido" - Papiro Editora - 2006

" O Silêncio das Almas" - Fronteira do Caos - em co-autoria com Isabel Fontes - 2007

" O Silêncio dos teus Olhos" - Fronteira do Caos - 2009
Sílvia Inácio Martins
17 de Abril de 2009 | 12:16

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